20/09/2024
Comunicação entre culturas: uma necessidade emergente nos negócios globais
O mundo está interconectado, e, neste cenário, vejo a comunicação transcultural como um diferencial importante para os profissionais que buscam a tal "diferenciação" no mercado de trabalho. Mas compreender as diferenças entre culturas vai além das expressões linguísticas. Esse processo envolve a compreensão e o respeito pelas diferenças culturais, valores e formas de comunicação.
Quando você senta numa mesa de negociação com profissionais de outros países e é "parte interessada", preocupa-se em conhecer as culturas envolvidas, compreendendo tradições, valores e normas sociais?
Exemplos de japoneses, chineses e ingleses
Primeiro é importante compreender que ruídos de comunicação podem custar caro para empresas e carreiras, e abordo nas minhas capacitações que é papel de quem conduz uma conversa antecipar-se ao público. Determinadas culturas possuem expressões únicas. No entanto, essa comunicação verbal é acompanhada muitas vezes por sinais não verbais, que podem ter significados diferentes em cada cultura.
Entender as diferenças culturais na comunicação não verbal é compreender, por exemplo, que o “não olhar nos olhos” em uma negociação com japoneses é sinal de respeito, e não desinteresse ou desonestidade. Em uma negociação com chineses, paciência e espera são valorizadas. Se a resposta em uma conversa não for imediata, entender isso pode evitar a desistência de um negócio promissor antes da hora.
Além disso, pesquisas já mostraram que gestos com as mãos ajudam os ouvintes a compreenderem o contexto de uma conversa. Movimentos com a cabeça e expressões faciais aumentam a percepção do estado emocional de quem comunica, enquanto o olhar sinaliza o quanto os indivíduos são socialmente próximos em uma conversa.
Considerando isso, dou atenção especial aos gestos com as mãos, movimentos com a cabeça, expressões faciais e o olhar. Esses aspectos da comunicação não verbal diferem bastante em todo o mundo. Por exemplo, se estou numa conversa com profissionais do Reino Unido e eles fizerem o que para nós é considerado o gesto da vitória, preciso me lembrar de que para eles esse gesto significa o mesmo que o dedo médio levantado no Brasil.
Alto e baixo contexto
Um dos pilares para entender esse cenário é o conceito de alto e baixo contexto, desenvolvido pelo antropólogo Edward Hall. Culturas como Japão, China, Espanha e Brasil são de alto contexto, onde o tom da conversa e o contexto – as “entrelinhas” – são mais importantes. Nestas entrelinhas entram os cargos, as expectativas dos participantes e a idade. Nessas culturas, gestos, silêncio e expressões faciais têm um peso maior.
Dentro das culturas de alto contexto estão países com uma orientação mais coletiva, como Japão e China. Nesses países, a harmonia social e a evitação de conflitos são encorajadas, então gestos expansivos com as mãos, olhar fixo por mais tempo e abraços são desencorajados, pois podem perturbar o grupo. Entender isso é fundamental para que eu não me sinta desconfortável se, ao liderar uma equipe japonesa, ouvir um absoluto silêncio ao pedir críticas sobre um projeto, ou se perceber que o olhar do meu interlocutor não fica centrado em mim durante a conversa.
Por outro lado, as culturas de baixo contexto – como Alemanha, Estados Unidos e Austrália – dependem mais do que está sendo dito explicitamente. Nesses contextos, os indivíduos tendem a tomar decisões e se posicionar dando menos importância a cargos e expectativas. As culturas individualistas, que estimulam a expressão de ideias, a autonomia e conectam o sucesso às realizações pessoais, estão mais frequentemente nesse grupo de baixo contexto. Aqui, expressões corporais, especialmente gestos, olhares e o espaço ocupado ao falar, são estimuladas e bem-vistas. É essencial lembrar disso para não se ofender ao ouvir uma visão direta de um alemão sobre um projeto.
Saber identificar cada situação é essencial
Para identificar esses aspectos, além da sensibilidade de cada indivíduo, acredito que é preciso se dedicar a buscar conhecimento para tornar a abordagem mais fluida e assertiva. Isso pode se tornar um grande diferencial, já que identificar esses pontos exige sensibilidade cultural e uma abordagem multidisciplinar.
É essencial que o profissional que deseja se comunicar bem se antecipe ao público ao interpretar a mensagem. Por isso, entender as nuances da comunicação de cada cultura é fundamental, para que o que não está sendo dito também fique claro e, assim, não existam ruídos na comunicação.
Pronto para transformar a sua comunicação?
Fale agora com nossos consultores e descubra como a comunicação do seu time pode performar ainda melhor.
(48) 98840-1310
comunicacao@giovanapedroso.com.br
Avenida Centenário, 6550 - Sala 02
Criciúma - Santa Catarina
© Todos os direitos reservados
Desenvolvido por: Cayman Sistemas